Você vai de bytes ou de celulose?
Sempre que alguém cita o assunto “internet”, surgem os críticos dizendo que conteúdo denso e de qualidade só pode ser encontrado nas estantes das bibliotecas e que tudo o que está disponível na rede mundial de computadores não passa de lixo. Sim, que existe muito lixo, ninguém pode negar, mas que há uma crescente preocupação de se usar os recursos tecnológicos a nosso favor e com conteúdos de qualidade, isso é fato. Faz muito tempo que ouvimos falar do fim dos livros impressos, dos jornais e da era do papel, mas este fim ainda não chegou e provavelmente não chegue tão logo, mas o fato é que a própria imprensa vem noticiando o fim das versões impressas de vários jornais tradicionais. Só para citar alguns aqui no Brasil, o Jornal do Brasil, Jornal do Paraná e o Jornal da Tarde deixaram de entregar suas versões impressas. O jornal O Estado de São Paulo reduziu o número de cadernos no final de abril e anunciou no mesmo dia que lançaria uma nova versão para a leitura de seus conteúdos através dos smartphones. Seria esta uma tendência? Para não falar apenas dos jornais, está aí a Amazon, vendendo os mais variados títulos de livros para serem consumidores em e-readers, celulares, computadores e tablets e se a busca for por artigos científicos, o portal Periódicos Capes oferece um acervo gigante e atualizado de produções científicas do mundo inteiro, tudo em PDF. As bibliotecas são e sempre serão um espaço importantíssimo para o estudo e pesquisa, mas não podemos fechar os olhos para as novas tecnologias que estão à nossa disposição. Recentemente a Unicamp (Universidade de Campinas), anunciou que passaria a disponibilizar seus conteúdos didáticos na internet. Seguindo um modelo adotado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), o portal OpenCourseWare Unicamp já está entregando gratuitamente 5 disciplinas para download. A gigante americana Apple, que entrou em profunda crise quando estava focada apenas na fabricação de computadores, viu a mudança em sua trajetória quando criou o iPod e junto com ele, um ecossistema que disponibilizava as músicas, a iTunes. Seguindo esta mesma linha de disponibilização de conteúdo, há alguns anos, depois do lançamento do iPad, a mesma Apple criou o iTunesU, uma ferramenta que oferece diversos recursos multimídia para que professores criem seus materiais didáticos e os disponibilizem para download e consumo no iPod. A tecnologia chegou para ficar e, se bem usada, veio para facilitar nossa vida. Aos que já se adaptaram a esta linguagem digital, bom proveito. Aos que ainda resistem, é melhor começarem a manter os pés nas duas canoas porque do jeito que a coisa está indo, o papel não se esgotará, mas a grande oferta de material será disponibiliza em bytes e em menor quantidade em celulose. Samuel Gatti Robles Publicitário //
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Me fala um pouco mais sobre o que você acha dos memes
Os memes já são febre nas redes sociais há muito tempo. Com certeza você já viu e até compartilhou algum deste memes. Eles são definidos como um elemento que tem um significado e se propaga com facilidade indo “de mente em mente” (definição do Wikipedia)
Há empresas do ramo de confecção que estão pegando carona nesta e onda e enxergam os memes como uma oportunidade de negócios e criam linhas específicas de camisetas só com estes desenhos estranhos.
Estou fazendo um projeto que inclui o uso dos memes e gostaria de saber a sua opinião sobre o uso destes desenhos nas mídias sociais e no dia a dia.
Criei um questionário on-line com apenas 4 questões de múltipla escolha e gostaria que você respondesse pra mim.
Pode ser?
Clique aqui e muito obrigado!!
Samuel
O que está rolando no #smsp2012 (parte 2) – Cases regionais
Case 1 – Guedes Alumínio
Fabricante de canecas de alumínio para atender empresas que vendem brindes. Mercado fraco, principalmente pela baixa qualidade dos produtos. Foram feitas pesquisas para entrar nas mídias sociais. A empresa contratada para este projeto foi a Chilli360. As MS foram usadas para promoções. O resultado teve um incremento de 81% nas vendas.
Cas 2 – Araraquara.com
O jornal Tribuna Impressa inaugurou seu portal em 2002. Necessidade de evolução para o leitor ligado na internet.
Mais de 60 profissionais que fazem o jornal acontecer.
689 seguidores
2760 Tweets
5 Tweets por dia
Case interessante. Acreditando que a ferroviária, time da cidade de araraquaa, subiria para a 1a divisão, diversas pessoas lançaram a campanha #bigodegrená quando as pessoas mandavam suas fotos usando bigode. Chegou aos TT’s Mudiais.
O que está rolando no #smsp2012 (parte 2) – Mario Soma (Pólvora)
Palestra com Mário Soma da Pólvora.
– Mário Soma falando sobre os clientes atendidos pela Pólvora, uma das 3 maiores agência digitais do país.
– Ele sempre quis trabalhar com pessoas, fomentando o empreendedorismo das pessoas.
– Precisamos ser participantes ativos nos movimentos que surgem. A internet é uma nova maneira de ser, viver, existir, se relacionar. Ele exibiu um vídeo maravilhoso da Harley Davidson http://www.youtube.com/watch?v=y–heS38dw8
– É possível sonhar em empreender neste mundo digital.
– Uma ótima ação da Boticário que convidou blogueiras que falavam sobre beleza para uma experiência com a linha de batons Secrets Collection. As blogueiras foram as grandes responsáveis pela propagação da linha.
– Como apresentar uma linha de beleza para mães no antes e depois do parto? Usando mulheres blogueiras que estão vivendo esta fase para compartilhamento e venda da linha Mamie bella. A campanha começou em 2008 e está acabando agora junto com o ciclo de vida do produto. A proposta incluia um reality show com mães e filhos. Muito legal a ação. O Case pode ser visto aqui http://www.youtube.com/watch?v=ZQurzHRGFJA
– Anos 80: “Eu comunico”. Anos 90: “Eu informo” e no Século XXI: “Nós compartilhamos informações”
O que está rolando no #smsp2012 (parte 1)
Depois de duas semanas de muito trabalho na agência e pelo fato de ser um dos blogueiros que participará do painel sobre blogs regionais no Social Media São Paulo, resolvi fazer um post. Esqueça o padrão de texto e aproveite algumas frase pinçadas ao longo das palestras e debates.
Este primeiro Painel é o de Métricas em Mídias Sociais mediado pela Márcia Ceschini com Estevão Soares e Celso Cestaro.
– Monitoramento em mídias sociais é fundamental para entender o comportamento e medir os resultados nas mídias sociais.
– O planejamento em Mídias Sociais é essencial para a obtenção de resultados. Isso significa que as tradicionais ferramentas de planejamento da propaganda offline valem para as MS.
– Topsy.com uma ferramenta legal para monitoramento. Hoje existem diversas ferramentas gratuitas ou com a cobrança de valores pequenos que fazem um bom trabalho.
– As mídias sociais não são uma ciência exata. Estamos construindo a “ ponte enquanto a utilizamos”.
– Não dá pra mascarar os resultados. O cliente precisa saber a verdade.
– E importante saber de onde vêm os acessos de sua campanha. O Google Analytics pode dar detalhes da característica do tipo de acesso como por exemplo, quanto tempo um usuário vindo do Twitter permanece dentro do seu site.
– Ferramentas que oferecem dados como por exemplo, quem fala bem e quem fala mal da marca. Os sistemas avaliam detalhes específicos da cultura tupiniquim. Nós, brasileiros, usamos muito a ironia em nosso discurso e as ferramentas precisam entender isso.
– Como apresentar os resultados de monitoramento para o cliente? O relatório tem que apresentar o que o cliente quer saber.
– Não prometa a “venda” para seu cliente. Ofereça a exposição da marca do seu cliente. Se o produto ou serviço for bom, ele vai vender, basta aparecer.
Ah se ela tivesse diploma de publicidade!
Fazer um curso de publicidade, pra que? Não há exigência de diploma!
Sim, este é o pensamento de muita gente que pula uma etapa muito importante na carreira abrindo logo uma portinha e colocando uma bela placa anunciando que aquela é a mais nova agência de publicidade da cidade. Eu tenho dó dos coitados que serão as primeiras e, provavelmente, as últimas vitimas destes pseudo-publicitários, pois dificilmente terão resultados com a competência destes que resolvem se aventurar no mundo da publicidade.
Mas por que escrevo isso? Eu tenho um cliente, a Igreja Presbiteriana de São Carlos, que transmite seus cultos aos domingos das 19h às 21horas. O sistema de transmissão é o Livestream e geralmente há uma presença de 10 a 15 pessoas por evento, quantidade satisfatória levando em conta que nunca houve uma divulgação estruturada para isso. Há duas semana resolvemos dar um passo maior iniciando uma campanha on-line comprando palavras no Google adwords.
Pra não me preocupar muito com o gerenciamento desta conta, acabei vinculando uma gerente do próprio Google que cuida pra mim dos detalhes.
Meu objetivo nesta campanha é pegar as pessoas que estão on-line aos domingos a noite e, caso busquem as palavras que cadastrei, cliquem e participem da programação. Para isso, fiz uma grande alteração na campanha. Deixei que ela, a Alessandra, configurasse a exibição dos links patrocinados para mim, mas quando entrei na área de gerenciamento pra dar um ok, percebi que minha campanha ficava ativa 24 horas por dia, 7 dias por semana. Achei aquilo um grande erro, pois meu usuário deve ser impactado na hora em que ele está online durante o evento. Entrei e mudei tudo. Minha programação de exibição dos anúncios se restringe apenas aos horários que me interessam.
Nesta semana recebi uma ligação com o DDD 031. Para os mais espertos, a Google fica em Minas Gerais e já imaginava quer seria ela, a minha gerente de contas no Google. Atendi.
– Eu: Alô
– Ela: Tudo bem senhor Samuel, é a Alessandra do Google.
– Eu: Tudo bem Alessandra?
– Ela: Sim, Sr Samuel. Estou entrando em contato para dizer que deve estar ocorrendo algum erro na sua campanha, pois o numero de conversões (cliques que efetivamente levam o usuário ao site que destinei) está muito baixo. Posso habilitar sua propaganda para todos os dias?
– Eu: Não, eu prefiro assim (já meio sem paciência prevendo que a moça insistiria)
– Ela: Mas é que o número de cliques está baixo.
Nesta hora eu lembro das formaturas em que participo como homenageado e tenho o privilégio de entregar o diploma simbólico aos alunos que passaram 4 anos estudando pra aprender que mídia se programa, não se usa todo o espectro possível para tentar, no escuro, acertar a cacetada no público visado.
– Eu: Alessandra, eu não quero que o sujeito que está navegando na hora do almoço na quarta-feira clique no meu link, pois se ele clicar, dará de cara com uma página dizendo que o conteúdo prometido está offline.
– Ela: Ok, Sr Samuel, vamos deixar assim então.
Ela não assumiu o erro, mas com certeza deve haver algum alerta no sistema dela dizendo que um dos clientes (eu) não está tendo um número legal de cliques e ela é forçada a intervir.
A campanha continua do jeito que está. São poucos os cliques, mas são bem pagos.
Ao Google, com todo respeito ao império que vocês construíram, instruir seus funcionários de que há um planejamento de mídia a ser seguido é algo muito importante. Aproveitando, quero lhes dizer que aqui no Brasil os veículos ainda seguem as regras do Cenp e pagam o Desconto Padrão de Agência de 20%. Os senhores se enquadram nesta categoria, portanto, seria legal começar a pagar.
A vaquinha mugiu, a vaquinha disse.
Velhos gostam de coisas velhas. Velhinhos pedem sua atenção para contar histórias do passado. Velinhos gostam de relembrar o que aconteceu lá atrás. Pois é, eu começo a ver os primeiros sinais que me dão a noção concreta que, se não passei da metade da história da minha vida, estou pra passar e percebo que daqui pra frente meus assuntos prediletos, além de contar meus causos para os outros, são os comentários sobre os médicos (se são bons, se são pontuais etc), além daquilo que estes profissionais fazem (ou deveriam fazer direito) que é curar os bicos de papagaio, as artroses, as dores nos “neuvos”.
Mas assim como a Inglaterra não fez com as Ilhas Malvinas, meus cabelos brancos ainda não povoaram de forma definitiva minha ilha capilar e por isso me dou o direito de não falar tanto das coisas do passado e fazer um comentário sobre algo que vi hoje cedo e que, apesar de mexer no baú da metade do século passado, acabou se ligando com o presente.
Eu guardo um cd (cd, você sabe o que é? Na minha época a gente comprava música que vinha num disquinho redondo, é! Um disco que foi a evolução do disquete, lembr……ah…, deixa quieto) que é uma coleção de jingles que marcaram as décadas de 50 até 90. Este cd é uma preciosidade, ele é a história da propaganda cantada brasileira.
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Clique aqui e ouça a versão original do Jingle produzido pela Magisom e criação de G.Martins.
Ao ligar a tv hoje cedo enquanto tentava trabalhar com meu filho ao colo, ouvi uma propaganda que me fez desgrudar os olhos do monitor e olhar pra ela.
A Laticínios Mococa foi fundada em 1919 no interior de São Paulo e ganhou destaque por sua ousadia em fazer seu nome ser jogado para os quatro cantos do país. Um dos mais emblemáticos representantes desta propagação era um jingle criado na década de 50 e que marcou os adeptos dos produtos lácteos. O que me chamou a atenção foi o fato da Mococa, ainda na ativa e com um portifólio de produtos muito grande, ter relançado seu jingle num comercial que está sendo veiculado em algumas emissoras. O jingle permanece pouco alterado mas ganhou uma roupagem nova, moderna e é claro, condizente com o novo posicionamento da marca Mococa.
Quem fez isso há algum tempo foi a Casas Pernambucanas com o famoso jingle que começava com um monstro chamado “frio” se identificando a uma moça que dizia não adiantar ele bater à porta, ela não o deixaria entrar. A repaginada em jingles é uma sábia decisão de criativos que não têm “formiga na cadeira” e são diferentes daqueles que querem sempre coisas novas. Não que eu queira as velhas, mas tem criativo que ganha a conta de um cliente e a primeira coisa que recomenda é: muda o conceito criativo, muda as cores, muda o slogan e é claro, muda o logotipo. Reciclar o que deu certo no passado é usar uma pitada de sabedoria numa estratégia eficiente de divulgação que não tem vergonha de ousar com o que já foi usado…e usado e que deu certo.
Por hoje é só. Fique com a campanha da vaca mugindo e dizendo.
Você já sorriu com uma propaganda de banco hoje?
Se tem algo que me incomoda mais que fazer xixi depois de ter esquecido de colocar o fraudão é assistir aos belos trabalhos que meus colegas publicitários fazem com um tipo de cliente que nos dá muito prazer em usar seus serviços: os bancos, sim, aqueles que nos presenteiam com altas taxas de serviços e um dos maiores juros práticos em todo o mundo. Mas porque isso me incomoda? É simples e vou tentar discorrer um pouco sobre isso.
Trabalhar a imagem de qualquer marca é uma tarefa pouco simples. São muitas as variáveis que estão em jogo e juntos têm que estar nesta difícil tarefa o gestor da marca, posição frequentemente ocupada por um publicitário, e o departamento de marketing (outro lugar que é cheio deles) que cuida de uma série de muitos detalhes que devem estar alinhados pra não dar caca.
O problema é que os engravatados do departamento de marketing vivem muitas vezes dentro de quatro paredes numa sala climatizada e pouco sentem do que acontece no dia a dia. Eu tive um professor em uma disciplina de marketing que fiz no curso de administração enquanto finalizava minha graduação em publicidade na UNIMEP que ilustrava de forma brilhante isso. Ele dizia que a qualidade de um gestor de marketing pode ser medida colocando um termômetro em sua cadeira. Se estiver com baixa temperatura, ok, ele pode (eu disse “pode”) ser um bom gestor de marketing. Agora, se seu traseiro permanece acomodado sobre as almofadadas cadeiras, a temperatura fica alta e acende a luz vermelha. Esse cara talvez não viva a realidade do mercado, talvez não saiba o que acontece lá embaixo. Fazer marketing é muito mais do que sentar para pensar e planejar, fazer marketing inclui conversas com os consumidores, com os vendedores, com prestadores de serviço lá onde a coisa acontece.
Voltando ao banco, a gente vê o resultado na ponta do iceberg que é a que de fato aparece, a propaganda. Belas peças publicitárias com promessas de fazer as pessoas felizes, de realizar todos os sonhos compráveis possíveis podem não passar de um teatrinho pra te enganar. Seja através de uma encenação de uma família que comprou um novo apartamento financiado pelo banco S ou o banco I que se preocupa com a natureza e para provar isso mostra um bebê doidão rasgando um pedaço de papel. Tudo isso é conversa bonitinha pra conduzir alguém ao banco.
Este arsenal pode parecer bonito e verdadeiro aos olhos daqueles que não entendem o jogo e não sabem que a propaganda nem sempre se resume à beleza e às poucas palavras de um discurso publicitário muito bem pensado mas que está ali vendendo uma ilusão, vide as letrinhas pequenas que se escondem no rodapé dos comerciais. Esta “venda da ilusão” é comentada com muita propriedade pelo contestado fotografo Oliviero Toscani eu seu livro A Publicidade é um Cadáver que nos Sorri. Sim, por mais duro que seu discurso possa parecer, muitas vezes maquiamos cadáveres e os colocamos à venda. Os bancos fazem isso, pintam seus produtos como a solução para vida de qualquer um, mas é só pintura.
O mais engraçado nesta história toda é que eu nunca vi uma porta giratória de banco travar em seus comerciais, mas quando você tenta passar por uma, é observado por um vigia mal encarado enquanto um detector de metais te barra a entrada. Muitos clientes, revoltados, acabam tirando a roupa para provar que não têm nada para entrarem na agência. Já lá dentro, quando conseguem uma audiência com o tão educado e solícito gerente, precisam provar que têm bens e garantias como lastro para fazer um empréstimo cujas taxas e juros abusivos poderão tirar tudo deles, inclusive a roupa.
Os locais e suas músicas
Há alguns anos eu estava em São Paulo e queria dar uma passada numa loja que vendia assessórios e roupas de Taekwondo, o esporte que praticava da época. Para chegar à loja, que ficava a uns 2km do metrô Liberdade, precisei caminhar por uma das principais avenidas daquele bairro e algo me chamou muito a atenção, mas não foi o som ou as imagens daquele local, mas os cheiros. Até hoje, aquela foi minha mais completa experiência olfativa em toda minha vida. Eram lojas e lojas que lado a lado exalavam cheiros diferentes e, embora muitos destes odores estavam sendo sentidos por mim pela primeira vez, automaticamente montavam em minha mente imagens de filmes e reportagens que havia colecionado durante toda minha vida e que estavam lá num nível subconsciente.
Essa experiência foi incrível, mas esta relação “intersentidos” vai mais além.
No ano passado tive o privilégio de assistir a um show da banda Toto, banda esta famosa por suas músicas que marcaram a década de 80. Quando digo que este foi um privilégio, justifico pois talvez este tenha sido o último show da banda que só voltou a tocar junto nesta turnê Europeia para levantar fundos para o tratamento de um de seus músicos que está em meio a uma batalha contra uma doença. A outra justificativa se dá pois exatamente este show, o de encerramento da turnê, seria a gravação oficial do DVD da banda, e estávamos lá, eu e meu irmão. Fazer um show em qualquer lugar já é legal pela qualidade da música e dos músicos, mas poder participar deste show dentro de um castelo é algo inexplicável. O local era o Castelo scarigelo VilaFranca di Verona ao norte da itália.
O show durou pouco menos de 2 horas, mas as músicas que lá doram tocadas serviram para carimbar um momento sublime da minha vida. As músicas que eu lá ouvi continuam provocando em mim as mesmas sensações que senti naquele local. Ouvir algumas daquelas músicas me faz viajar de volta àquele local sem a necessidade de avião, passaporte e a distância da família, me faz rever o que eu lá vivi.
Chega por hoje, vou dar uma chegadinha lá na Itália agora.
EU SOU NOMOFÓBICO
Vou dar uma pausa agora nas minhas cutucadas do Facebook, nas freqüentes Twittadas e na minha cyber-ambição dentro do Foursquare de conquistar a cidade inteira pra voltar depois para o Facebook e compartilhar com todos que sou o maior Mayor da região. Essa parada é pra falar de um assunto sério, um assunto que tem me preocupado há algum tempo. No ano passado eu assisti a um vídeo criado pela operadora de telefonia celular Chinesa Dtac que sugeria que as pessoas se desconectassem um pouco de seus portáteis em prol de relacionamentos humanos presenciais. Chorão do jeito que eu sou que até roteiro de propaganda me faz escorrer lágrimas, eu me sensibilizei com aquela ideia que, por mais que fosse uma sequência de imagens simplesmente figurativas, me falava de maneira muito forte. Comecei a ler mais a respeito disso e descobri que era um nomofóbico.
O termo nomofobia vem do inglês nomophobia, ou NO MObile PHOBIA, que é a angústia de pessoas que não conseguem se desligar de seus dispositivos móveis. Embora eu já tivesse me esquecido do comercial chinês, outro dia eu estava vendo uma matéria na tv sobre o que um jurado pode e não pode fazer durante os dias em que ocorre um julgamento. Além das muitas restrições, não é permitido estar acompanhado pelo celular. “Aí sim, fui surpreendido!” Como não? Comecei a suar de desespero só de pensar num oficial de justiça batendo à porta de casa.
Este problema cresce à medida em que os smartphones se popularizam. De um HiPhone chinês até um original Apple, pessoas de todas as classes sociais têm comprado seus gadgets que fazem muito mais que ligações telefônicas, mas são janelas para um mundo virtual maravilhoso. Este paraíso intangível que chega através de uma rede 3G ou wifi oferece muita informação, muito entretenimento e relacionamentos digitais, mas o fascínio pelo prazer que se encontra no lado de lá da tela através destes eletrônicos tem levado muitas pessoas a uma dependência difícil de se livrar. A gente só percebe mesmo que a coisa está ficando séria quando vemos que o Hospital das Clínicas de São Paulo mantém um laboratório para tratar os casos de cyber-dependência.
Mas será que dá pra voltar pra trás? Eu até tento aos poucos evitar colocar meus dedos sobre o teclado touch screen do meu celular, mas confesso que a ansiedade de ler uma nova menção ou um comentário numa postagem minha é muito grande.
Chega de pausa. Preciso voltar ao Facebook. Como diz um amigo meu: Meu trabalho está interferindo no uso das minhas mídias sociais.